Galo vence The Strongest na base da técnica e da paciência


O Atlético teve ontem mais um teste importante em sua caminhada na Copa Libertadores. Quem acompanhou o jogo do The Strongest contra o São Paulo na semana anterior já poderia prever uma certa dificuldade. E, como era de se esperar, o time boliviano realmente complicou a vida do Galo. Sem uma técnica apurada, mas com uma organização tática perfeita, com defensores extremamente bem posicionados e meias e atacantes fortes e velozes que só saíam na boa, o The Strongest apresentou para a equipe de Cuca um panorama do que pode acontecer nos próximos jogos da competição, quando o time mineiro vai enfrentar equipes de menor poderio técnico mas extremamente aplicadas. A diferença que o Galo tem a seu favor nesse momento é exatamente poder contar com jogadores de nível elevado, que superam até mesmo os ajustes técnicos pelos quais a equipe passa. E quando se tem no time um jogador como Ronaldinho Gaúcho, a chance de o jogo ser definido em um ou dois lances acontece. Foi o que ocorreu ontem, com o 2 a 1 no Independência levando o Atlético à terceira vitória consecutiva, 100% de aproveitamento e classificação para a próxima fase bem encaminhada - mas ainda não garantida.


Torcida fez sua parte, apoiou e soube ter paciência na partida contra o The Strongest

A primeira impressão que o time atleticano deu foi que Leandro Donizete jogaria um pouco mais avançado em relação a Pierre, fazendo a ligação com os quatro jogadores de frente. Já tinha sido assim em alguns momentos do jogo em Buenos Aires, contra o Arsenal, e funcionou bem. Só que ontem Donizete não foi tão eficiente e deixou espaços nas costas, especialmente onde deveria ser feita a cobertura das subidas de Marcos Rocha. Por ali o The Strongest quase marcou em duas oportunidades no primeiro tempo. Um gol boliviano tornaria a missão atleticana extremamente complicada. 

Com a vantagem de ter jogadores experientes em campo, o Atlético mostrou paciência para tentar furar o bloqueio. De tanto tentar trocar passes, o Galo cometeu muitos erros, especialmente pelo fato de que dois jogadores do time boliviano sempre estavam em cima da jogada, marcando de forma ostensiva os atleticanos. No primeiro tempo o Galo dominou, mas teve muitas dificuldades para entrar na defesa adversária e, quando entrou, não foi competente nas finalizações. Mesmo limitado tecnicamente, o The Strongest provou que sabia sair jogando e, quando chegava ao campo atleticano, chegava com calma, com a bola no chão.

No segundo tempo, a virtude atleticana foi aliar a paciência à técnica. Passou a jogar com mais ímpeto e quebrou a programação boliviana aos 11 minutos, com Jô, de cabeça, em passe de Ronaldinho. Com Richarlyson em campo no lugar de Bernard, o meio-campo ficou melhor composto e menos espaços foram dados. O auxílio de Richarlyson a Júnior César fechou uma válvula de escape boliviano. Mais bem postado em campo, o Atlético evitou que, pelo lado direito, o time rival ameaçasse. Em um dos poucos momentos na etapa final que Marcos Rocha subiu, recebeu um passe incrível de Ronaldinho por trás de toda a defesa e sofreu pênalti. Ronaldinho fez 2 a 0 aos 28 minutos. A tônica da partida até o fim foi de domínio e tranquilidade do Atlético, só quebrada pelo gol de Melgar, aos 45 minutos. Sinal de que a atenção tem que ser redobrada até o fim, sempre, e que nem todos os adversários na Libertadores podem parecer tão frágeis assim. Valeram as lições e valeu também a prova da qualidade do elenco, experiente e técnico, capaz de usar suas qualidades quando precisa. A campanha de três jogos e três vitórias só merece elogios, mas é sempre bom lembrar que a competição está só começando.


Ronaldinho foi decisivo e acabou com a série de pênatis perdidos


História
O jogo de ontem foi o quinto do Atlético contra equipes bolivianas, o primeiro no Independência. O primeiro foi em 1998, contra o Jorge Wilstermann, pela Copa Conmebol, no Mineirão, vitória atleticana por 3 a 1, gols de Edgar (2) e Valdir. No jogo da volta, na Bolívia, 1 a 0 para o Atlético, gol de Valdir. Na Libertadores de 2000, o Atlético venceu o Bolívar por 1 a 0, no Mineirão, gol de Ramón, e foi goleado em La Paz por 4 a 0. Mesma La Paz que o Galo vai visitar e sofrer com a altitude na próxima semana.

Fotos: Bruno Cantini/Clube Altético Mineiro




Comentários

  1. Frederico boa tarde, qual seu e-mail parea contato
    obrigado
    Leandro

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  2. Leandro, pode entrar em contato pelo twitter FredericoJota ou pelo Facebook Frederico Jota.
    Abraços!

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