Os motivos que Roger dá para o torcedor atleticano acreditar em um 2017 vitorioso


Hoje é dia de retomar os posts aqui no blog. E, para recomeçar, vou falar um pouco sobre as primeiras impressões sobre o trabalho do técnico Roger Machado no Atlético e a expectativa que cerca a chegada do treinador gaúcho. 

Roger era a melhor opção no mercado para substituir Marcelo Oliveira. E outros clubes também pensavam assim, tanto que Palmeiras e Fluminense também tentaram a contratação de Roger - e ficaram, na minha opinião, com opções piores, Eduardo Baptista e Abel Braga, respectivamente. Mas qual o motivo de Roger ser tão valorizado?

Novo (41 anos), estudioso, qualificado, com uma carreira planejada e um trabalho de muita qualidade no Grêmio são as principais credenciais. Na prática, o que todo o país viu foi a campanha surpreendente do clube gaúcho no Brasileirão de 2015, quando uma equipe sem grandes astros, com jogadores da base e sem muitas expectativas chegou em terceiro lugar, garantindo uma vaga na Libertadores. A base estruturada e o estilo de jogo implantado por Roger permaneceram com poucas alterações após sua saída no ano passado, que terminou com a conquista da Copa do Brasil sob o comando de Renato Gaúcho. 

Nesse período, nos jogos que os torcedores mineiros viram de perto, especialmente os atleticanos, ficou bem clara a diferença de organização da equipe em campo. Em 2015, em excelente fase, o Atlético levou a partida contra o Grêmio pelo Brasileirão para o Mineirão e perdeu por 2 a 0. No ano passado, no Independência, apesar dos vários desfalques, o Galo foi engolido pelo tricolor gaúcho, que fez 3 a 0 no primeiro tempo. Na final da Copa do Brasil, já sem Roger, mas com a estrutura montada por ele, 3 a 1 para o Grêmio no jogo de ida, novamente no Mineirão. 

Em todas essas partidas, o que se viu foi uma equipe organizada, com jogadores cientes de suas funções em campo, substituições pensadas e acertadas, posse de bola, nada de chutões, marcação forte e, principalmente, compactação. Era difícil entrar na defesa gremista, assim como era difícil tirar a bola dos jogadores do time gaúcho - sempre tinha alguém perto para receber a bola, que não ficava muito tempo nos pés de um só atleta. 

Essas características eu pude comprovar no primeiro ensaio concreto da equipe alvinegra, o jogo treino do último final de semana, contra o Guarani de Divinópolis, na Cidade do Galo. Claro que era apenas um teste, um treino, mas, mesmo com as limitações físicas de um início de temporada e o pouco tempo de trabalho de Roger, ficou nítido que a equipe tem uma estrutura e um estilo de jogo que vai ser aprimorado ao longo do ano, ainda mais levando em conta que o elenco, que já é muito bom, será reforçado. 

No jogo treino, a zaga, com Gabriel e Felipe Santana, foi bem protegida pelos volantes Carioca e Yago, os laterais Marcos Rocha e Fábio Santos não deixaram tantos espaços na defesa e subiram ao ataque com segurança. Os meias Luan e Maicosuel se aproximaram para receber a bola dos volantes e jogaram perto de Fred e Robinho. A tal compactação que fez falta no ano passado estava aí. Esse time, com Giovanni no gol, jogou um tempo. Na etapa final, novos nomes, mas um mesmo padrão, com destaque para a zaga (Jesiel e Rodrigão), o volante Ralph, todos da base alvinegra, e o meia Otero. Posse de bola, defesa segura e time compacto e organizado. Jogadores da base testados de forma correta na Florida aproveitados. Até aqui, foi só um jogo treino, mas já dá uma pista do que pode vir por aí. 

Amanhã o Galo faz seu primeiro jogo oficial no ano, contra o América de Teófilo Otoni, no Independência, pelo Campeonato Mineiro. É apenas o campeonato estadual, início de temporada, sem Robinho, mas o momento ideal para o torcedor começar a ver de perto a estruturação da equipe, que só estreia na Libertadores em março. Tempo suficiente para a chegada do sonhado volante e para os eventuais ajustes na equipe. Até aqui, a impressão que fica é muito boa. O atleticano pode, sim, criar a expectativa de um 2017 vitorioso. 

Comentários