Um clássico nunca termina - o balanço de Cruzeiro x Atlético


Um clássico nunca termina depois de 90 minutos. E está sendo assim com o Cruzeiro x Atlético de ontem, pelo Campeonato Mineiro. A vitória cruzeirense por 2 a 1 serviu para glorificar alguns, demonizar outros e fazer com que os torcedores mais exaltados concluam que técnicos não servem, jogadores devem ser dispensados ou, por outro lado, atletas se transformaram em reis de um dia para o outro. Não acho que é para tanto. O clássico é sempre importante, mas ainda em fase de classificação do estadual, serve também como um (ótimo) teste para os dois. E hoje é dia de fazer um balanço do clássico.

Cruzeiro manteve invencibilidade no ano e Galo preservou liderança no Mineiro.
Foto: Bruno Cantini/ Atlético


Balanço Cruzeiro
Com Rafinha começando o jogo no lugar de Alisson, e sem Robinho e Henrique, peças importantes, Mano Menezes entrou com uma formação que deixou Rafael Sóbis como o único atacante de ofício. Usando bem o contra-ataque e com uma rápida troca de passes, fez 1 a 0 logo a um minuto, com Thiago Neves, o que mudou a característica do jogo. Com um mais em campo desde os 26 minutos, após a expulsão de Fred, a equipe usou a vantagem no placar e em campo para administrar o jogo e teve chance de ampliar no primeiro tempo.

Na etapa final, novamente chegando em velocidade ao ataque, o Cruzeiro fez 2 a 0 aos 13 minutos e teve mais tranquilidade para administrar o jogo. Ao fazer isso, deu o campo para o Atlético e apostou em contra-ataques (Ábila já estava em campo e era outra opção de ataque), o que resultou em uma pressão nos minutos finais que poderia ter levado ao empate. Com a vitória, a estratégia provou, mesmo com riscos, ter dado certo.

Balanço Atlético
Um gol sofrido a um minuto e sem seu goleador com 26 minutos de jogo. Isso foi o suficiente para qualquer estratégia do Galo ser abalada. Roger optou por jogar com dois volantes e dois meias, o que não deu resultados práticos. O time deu uma estabilizada no fim do primeiro tempo, com a entrada de Luan no lugar de Cazares, o que ajudou a reforçar a marcação e a ocupação do meio-campo - uma outra alternativa para reforçar o setor e liberar Elias para ações ofensivas nos próximos jogos é entrar com o volante Adílson no lugar de um dos meias.

No segundo tempo, após sofrer o segundo gol, Roger colocou Marlone no lugar de Otero, o que ajudou Elias a avançar mais e reforçar o ataque. Mas a mudança que quase levou o Galo ao empate foi a entrada de Rafael Moura na vaga de Robinho. O He-Man trombou com a defesa, ajudou no gol atleticano, segurou os zagueiros e deu trabalho para o Cruzeiro. Talvez, se tivesse entrado mais cedo, poderia ter resultados mais efetivos. 

Números
Como falei no último post, qualquer clássico tem muita coisa em jogo. Além da natural dose de ânimo que dá derrotar seu maior rival, existem os tabus e números que envolvem a partida. O Cruzeiro aumentou para 7 o número de jogos que não perde para o Galo - destes, quatro foram no Mineirão, palco da partida de ontem e onde o Atlético venceu o rival pela última vez (2 a 1 em abril de 2015). Agora, são 5 vitórias e 2 empates. No novo Mineirão, inclusive, o Cruzeiro ampliou a vantagem histórica - agora são cinco vitórias em clássicos contra três triunfos alvinegros.

O Cruzeiro manteve a invencibilidade em 2017, enquanto o Atlético perdeu os 100% de aproveitamento no Campeonato Mineiro, apesar de isso não alterar a classificação final da primeira fase - o Galo já tinha garantido o primeiro lugar e vai ter vantagem na semifinal e em uma eventual final. Se o Cruzeiro ainda não perdeu no ano, o Atlético tem duas derrotas, ambas para o maior rival, ontem e na Primeira Liga.

O público, 35.459 pagantes, foi o segundo menor do clássico no novo Mineirão. Em 2015, também pela primeira fase do Campeonato Mineiro, 34.412 torcedores pagaram ingresso. O maior público continua sendo o da primeira partida entre os dois no estádio reformado, em fevereiro de 2013 e com as duas torcidas dividindo o espaço: 52.989. 

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