Reação alvinegra e irregularidade azul - a análise de Atlético 3 x 1 Cruzeiro

Atlético e Cruzeiro se encontraram pela quinta vez neste ano, a primeira pelo Brasileirão, ontem, no Independência. Desta vez, a partida foi bem diferente das outras já realizadas em 2017 (uma pela Primeira Liga e três pelo Campeonato Mineiro), com virada, uma diferença maior no placar e um domínio maior de um dos lados por mais tempo. Neste post, faço uma análise da vitória atleticana por 3 a 1, que valeu ao Galo um salto na tabela do torneio. 

Fred chegou ontem a 22 gols em 29 neste ano e foi mais uma vez decisivo (Foto: Bruno Cantini/ Atlético)

Início ruim e reação atleticana
O Atlético teve um início muito ruim, agravado pela contusão de Leonardo Silva aos 2 minutos. Mesmo com a marcação reforçada no lado direito da defesa atleticana, com Elias ajudando Alex Silva e o jovem Bremer, que substituiu o capitão alvinegro, o Cruzeiro chegou com tranquilidade pelo setor, fez 1 a 0 com 5 minutos, com Thiago Neves, e teve oportunidade para ampliar com o próprio camisa 30, com Caicedo e em um lance em que Gabriel quase fez contra.

Quando abdicou de tentar lançamentos e chutões e colocou a bola no chão, o Atlético equilibrou a partida. Cazares passou a chamar o jogo e o time cresceu, empurrando o Cruzeiro para o campo defensivo e impedindo as subidas azuis. Com o domínio do jogo, os lances atleticanos começaram a aparecer. Cazares, em cobrança de falta brilhante, empatou. Dois minutos depois, Fred concluiu ótima jogada de Alex Silva e fez 2 a 1, virada fundamental, que praticamente decidiu o jogo.

Bom começo e queda cruzeirense
Se no início do jogo o Cruzeiro tomou conta do meio-campo e chegava com velocidade ao ataque, dando a impressão de que criaria uma vantagem maior antes mesmo dos 30 minutos de jogo, a impressão que deixou no final do primeiro tempo foi de uma equipe acuada em seu campo de defesa. Sem conseguir criar, com suas jogadas bem marcadas pelo Galo, o Cruzeiro acabou tomando a virada ainda na etapa inicial. E não se recuperaria mais. 

No segundo tempo, com a vantagem, o Galo manteve a bola no chão e nem parecia o time que no início do jogo errou muitos passes. Os erros agora eram cometidos pelo Cruzeiro, que mesmo com a posse de bola, não conseguia assustar o Atlético. Nem mesmo a opção por Ábila e Élber mudou o cenário cruzeirense. Os dois foram anulados pelo sistema defensivo atleticano, especialmente Gabriel, muito bem nas coberturas e em bolas altas. 

Controle do jogo
Com a vantagem no placar, a marcação ajustada (Robinho e Thiago Neves pouco apareceram) e a falta de criatividade do adversário, que não esboçou reação, o Galo administrou boa parte do segundo tempo, apoiado pela torcida que, mesmo nos piores momentos, não deixou de apoiar. Aos 33 minutos, Fred completou de cabeça cruzamento preciso de Cazares, fez 3 a 1 e matou de vez o jogo. 

Com a vitória, o Galo somou 10 pontos nos últimos 12 disputados no Brasileirão, ganhou várias posições e, principalmente, moral para o jogo de quarta-feira pelas oitavas de final da Libertadores contra o Jorge Wilstermann, na Bolívia. Importante também o desempenho dos jovens. Alex Silva, tão criticado pela torcida antes de voltar ao clube, foi bem, especialmente no ataque; Bremer entrou em uma fogueira e não comprometeu; Yago mostrou raça e foi eficiente na marcação. Gabriel, como foi falado, foi bem em vários fundamentos. A aposta em jogadores formados em casa, sendo lançados aos poucos e de forma mesclada com veteranos de ótima técnica, pode ser decisiva para o futuro atleticano. 

Alex Silva foi bem na defesa e deu a assistência para o segundo gol (Foto: Bruno Cantini/ Atlético)


Do lado do Cruzeiro, a irregularidade voltou a dar as caras. O time que criou alternativas no início do jogo, viu suas peças e jogadas serem bloqueadas pelo Atlético e não conseguiu criar outras formas de dominar o jogo. Terminou o jogo com Sassá, Ábila e Élber, sem fazer a bola chegar ao ataque. Alternou altos e baixos como em vários momentos do ano, como quando fez 3 a 0 no Palmeiras fora de casa e levou o empate ou quando perdia em casa para o Grêmio e reagiu, buscando outro 3 a 3. Os bons e maus momentos impedem que o Cruzeiro saia do meio da tabela.

Confira abaixo o vídeo com os melhores momentos do jogo


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